30 de janeiro de 2011

Há lugar para mais um?

Ao longo da nossa vida vamos caminhando rumo a um destino que vamos traçando à medida que o tempo passa... à medida que crescemos vamos redescobrindo novos mundos dentro de nós e novos destinos para a nossa vida... e percebemos que temos um lugar algures para nós... o único problema desta (aparente) simples equação é mesmo saber onde é esse tal lugar...

deambulamos então por aí à procura do tal lugar mágico onde nos sentiremos "como peixe na água"... e vamos experimentando, como se a vida fosse um pronto-a-vestir: muitas vezes olhamos somente para o espelho, vemos o nosso reflexo e procuramos que seja agradável e que todos gostem; outras vezes nem sequer experimentamos porque "não é digno de uma pessoa como eu! Onde é que já se viu usar uma coisa dessas?!"; outras vezes vestimo-nos, olhamos para nós e, se nos sentimos bem, olhamos para o espelho para ver como os outros nos poderão ver...

tal como num pronto-a-vestir existe uma grande variedade de roupas, na nossa vida existem variadíssimos locais onde nos podemos encaixar... mas nem sempre escolhemos os locais certos: muitas vezes olhamos apenas para o reflexo do espelho em vez de olhar para a essência do local... e assim desperdiçamos grande parte da vida a ocupar o lugar para o qual não estamos destinados... e quem o poderia ocupar perde-se algures por aí...

24 de janeiro de 2011

Vida de "se"

Vivemos numa vida feita de imenso stress... e chegamos ao final do dia e percebemos que errámos em algumas das decisões que tomámos... e desejamos voltar atrás, poder corrigir aquilo que fizemos mal, aquilo em que supostamente errámos... e não percebemos que a vida é mesmo isto: tomar decisões que, na altura achamos correctas mas que depois se tornam num fiásco... e tomar decisões que achamos totalmente erradas e que se tornam num sucesso brutal...

querer voltar atrás significa pouco apreço pelo que a vida nos dá, pouco apreço pelo presente... e isso traduz-se numa falta imensa de alegria, numa falta imensa de verdadeira vida... devemos aproveitar o tempo que temos para deixar a nossa marca, para deixarmos um pouco de nós nos outros... devemos aproveitar para viver a alegria de ter amigos, de poder sorrir e de poder chorar junto a alguém que nos vai sempre ajudar, principalmente nos momentos mais difíceis...

a vida é simplesmente isto: andar, cair e levantar... interessa apenas o modo como fazêmos cada uma destas três coisas e o que aprendemos com elas...

«A realidade, porém, é só uma, as considerações sobre o que aconteceria "se" não passam de uma dolorosa fantasia a que nos entregamos quando queremos fugir dos fantasmas que nos perseguem ao longo da vida por causa das nossas decisões e das circunstâncias em que foram tomadas.»
in A Ilha das Trevas de José Rodrigues dos Santos

16 de janeiro de 2011

Justiça

Nos últimos dias muito se tem falado do caso do jovem Renato, que tanto chocou a opinião pública mundial (seja lá o que isso for!)... todos reclamam por justiça neste caso (pelo menos dizem-no), todos pedem para que este jovem seja punido pelo que fez... mas será que já não está ele a arcar com parte dessa punição?

É muito fácil falar em justiça quando não se tem de decidir, quando se pode dizer o que bem nos apetece sabendo que não vai interessar para a tomada de decisão de quem tem de decidir... e por isso é fácil mandar bitaites, dizer três ou quatro coisas com ligação frásica razoável e mais de metade deste mundo leva isso por verdade!

mas decidir não é nada fácil... aliás decidir é a coisa mais fácil: decidir bem é que complica o processo de decisão... quando se quer decidir bem, procura-se avaliar todos os factores que envolvem a questão (não apenas os que interessam mostrar, os que são mostrados num golpe de teatro brutal) e tomar uma decisão que seja de acordo com a situação...

quando se fala em decidir uma punição o caso complica-se um bocado: será que alguém que erra já não está a sofrer pelo erro que cometeu? será que é justo castigar alguém que já está em profundo sofrimento?

defendo que todos devem arcar com as consequências dos seus actos... mas também defendo que essas consequências devem ser de acordo com a relação acto/pessoa e não com uma tabela feita por alguém que procurou tabelar aquilo que se passa na mentalidade humana..

somos humanos... todos erramos... todos aprendemos a errar... porquê punir apenas porque alguém disse para punir?

9 de janeiro de 2011

Grandes Artistas

Se virmos o filme ratatoui, no final uma das personagens diz:

"de certo modo o trabalho dos críticos é fácil: arriscamos muito pouco (...) o mundo costuma ser duro com os novos talentos e com as novas criações: o novo precisa de amigos (...) nem todos podem ser grandes artistas... mas um grande artista pode surgir em qualquer lado..."

Na sociedade em que nos inserimos actualmente não existe muito espaço para a surpresa: tudo é previsto quase ao segundo, tentamos que nada fuja ao que está escrito no guião que temos como certo... mas, às vezes tudo corre mal, tudo foge ao que estava previsto... e quando isto acontece, andamos às cegas (como se costuma dizer)...

este problema advém de uma preparação deficiente que recebemos por parte desta sociedade: somos ensinados a seguir regras (a "ser cozinheiros") em vez de sermos treinados para inventar, para ser criativos mesmo quando existem regras... isto porque quando as regras falham, só se consegue reagir se soubermos criar... mas criar não é algo aceitável num mundo onde o extraordinário é inaceitável...


isto leva a descurarmos as pessoas que nos rodeiam e a realidade é que nem sempre na nossa vida nos apercebemos do enorme potencial que algumas pessoas têm... e de que, a qualquer momento, podemos ser surpreendidos porque vivemos no nosso egocentrismo... e essas surpresas acontecem mesmo (não são só nos filmes)... e tenho de agradecer às pessoas que tornam essas surpresas possíveis na minha vida...

OBRIGADO

4 de janeiro de 2011

Educação

É tempo de exames na UC... vêm-se os estudantes carregados de livros, vêm-se as bibliotecas cheias de gente a estudar (ou apenas a passear os livros)... e é uma boa altura para se pensar no ensino em Portugal... chegados à faculdade os alunos deparam-se com um sistema de educação bem diferente do anterior, bem mais difícil e com pouco tempo para assimilar toda a informação (se se fizer mais alguma coisa para além de estudar)... o problema aqui é simples: o ensino universitário não evolui à muitos anos... e esta estagnação contrasta com a "evolução" no ensino básico e secundário: mudanças todos os anos e diminuição no grau de exigência... ou seja, há 20 anos os alunos chegavam à universidade e já sabiam quase tudo aquilo que nós hoje aprendemos nos primeiros tempos de universidade...

O que se pode concluir disto é muito simples: ou o ministério da educação anda muito enganado ou então NÓS somos muito burros!!! Isto porque a cada ano que passa as reformas vão sempre no mesmo sentido: a política do facilitismo... e quanto mais se facilita, menos têm de estudar os estudantes, menor esforço vão fazer, menos trabalho fazem para alcançar uma determinada nota... e a realidade é que chegam pessoas ao 10º ano sem saberem nada do que fizeram nos anos anteriores!!! para estes arranjam-se os fantásticos cursos profissionais, que garantem um atestado de enorme burrice aos estudantes portugueses, pois até nestes cursos de uma facilidade imensa as melhores notas rodam os 12-13 valores!!! A juntar a isto agora temos o ministério a ponderar retirar apoios ao ensino particular, pois é o ensino particular que estraga toda esta estratégia ministerial: no ensino particular o grau de exigência é muito mais elevado do que aparenta e os resultados são depois visiveis nos exames nacionais... ou seja, em vez de formar exclusivamente burros o ensino particular ainda vai formando alguns alunos...

é este um retrato da fantástica educação que o nosso ministério da educação defende com unhas e dentes...

aproveitem também para ler este artigo: http://reflexodasemana.blogspot.com/p/artigos-de-opiniao.html

http://ocantinhodaeducacao.blogspot.co