28 de dezembro de 2010

Verdade

Esta semana ouvi uns políticos dizer que falavam verdade… e complementavam dizendo que os outros mentiam quando diziam “falar verdade”… a conclusão a que cheguei é muito simples: a ironia é uma figura de estilo tão boa e tão enraizada na vida dos nossos políticos que até conseguem iludir-se a eles próprios chegando ao ponto de eles próprios pensarem que estão mesmo a ser verdadeiros quando nos estão a enganar com mais uma mentira(zinha)!

Isto é algo que não me surpreende depois de alguns anos a ouvir políticos a falar… aliás diria que os políticos e os jogadores de futebol têm muito em comum: quando são entrevistados dizem sempre a mesma coisa, independentemente do sítio e das situações… se chamam a isso verdade, eu chamar-lhe-ia ignorância: só um burro pode afirmar falar verdade quando a verdade é um valor relativo e facilmente alterado com apenas algumas modificações…

Li num e-mail à uns dias o seguinte discurso:

Francisco Louçã:

- Senhor Primeiro-ministro, isto está de tal maneira que até as raparigas licenciadas têm que se prostituir para sobreviver.

O Primeiro-ministro com o seu sorriso responde:

- Lá está o Senhor Deputado a inverter tudo, o que se passa é que o nosso sistema de ensino está tão bom, que até as prostitutas hoje são licenciadas.

Como podemos ver ambos dizem o mesmo mas de formas diferentes (é esta a verdade da política)…

É assim também a nossa vida: podemos dizer as coisas de muitas formas, mas apenas uma será aquela que aceitamos e identificamos como verdadeira… no entanto esta opção nem sempre se revela a melhor (aparentemente) por termos medo de enfrentar as consequências da verdade… mas se formos sempre verdadeiros no que dizemos e fazemos, as consequências vão ser sempre muito menores do que quando for descoberta a mentira… o problema aqui só é um: muitas vezes nunca se chega a descobrir que é mentira ou quando se descobre há sempre quem consiga fugir a essa realidade através de outra mentira… e assim vamos vivendo neste mundo onde ser verdadeiro é pior do que ser criminoso!

24 de dezembro de 2010

Marcas de Vida

Caminho a alta velocidade pela vida… passo pelos momentos sempre numa correria infernal, à semelhança da nossa sociedade… não encontro sinais vermelhos, não tenho de parar, não paro… e sem parar não posso contemplar, não posso pensar…

É assim o nosso dia-a-dia: temos todos os movimentos mecanizados, todos os trajectos são feitos sem pensar, nunca olhamos para o lado, nunca olhamos para contemplar o que nos rodeia, nunca olhamos para o outro…

Será que a parte mais importante da nossa vida é aquela que fazemos assim? Será que vivendo assim vamos chegar ao fim com mais alguma coisa dentro de nós? Será que assim vamos chegar longe?

A parte mais importante da nossa vida é aquela que raramente fazemos (não por ser feita raramente!)… a parte mais importante da nossa vida é aquela em que deixamos uma parte de nós no outro… nessa altura podemos dizer que deixámos uma marca no outro, que o marcamos com aquilo que verdadeiramente somos… e ao deixarmos essa marca recebemos uma outra ainda maior… é esta a alegria de dar…

Se repararmos bem ficamos sempre muito contentes quando ajudamos os outros, quando lhes damos algo que é próprio de nós… a única questão que fica é porque preferimos ser tristes e “viver” como robots (SOBREVIVER) em vez de sorrir e dar vida à vida dos outros…

21 de dezembro de 2010

É tempo de Natal

É tempo de Natal… para muitos isto é sinónimo de compras! Mas será que é esse o verdadeiro e mais interessante sentido do Natal?

É claro que todos nós gostamos de receber prendas (quem diz que não gosta mente!)… mas daí até dizer que o Natal é só receber prendas vai uma grande distância… ou melhor deveria ir mas, infelizmente, para muitos não vai… e para todas essas pessoas a que apenas interessam as prendas o Natal é algo sem sentido… mas será que, para todos aqueles que dizem “olhar para mais longe”, o Natal tem realmente mais significado?

O Natal é um bom tempo para reflectir, para nos procuramos a nós próprios… é também tempo para dar: dar a nossa presença, a nossa amizade, o nosso Amor, a nossa esperança, o nosso sorriso, a nossa alegria… o problema aqui é quando não temos isto para dar…

Quantos de nós passam o dia carrancudos, sem “mostrar os dentes”, sem ser simpático? Quantas vezes nós passamos pelos outros sem olhar para eles, sem lhes dar a alegria do nosso sorriso, das nossas palavras, da nossa presença? É esta a alegria do Natal? É esta a alegria que um Cristão deve transmitir (principalmente) neste tempo?

Num tempo de crise económica, social,…, de valores deveríamos ser nós (aqueles que acham que o Natal é muito mais do que prendas) a mostrá-lo nas nossas atitudes? Como podemos dar e andar tristes? Como podemos ter a alegria do nascimento de Cristo dentro de nós e guardá-la para nós? Como conseguimos nós, pessoas de esperança, viver neste mundo da mesma forma daqueles que apenas sobrevivem?

Que este Natal seja um tempo de alegria, de esperança, de entrega, de dádiva… que seja um tempo de Amor, um tempo em que se note que Cristo está vivo dentro de nós…

25 de outubro de 2010

Excessos

Começou na 4ª feira passada a mais importante festa académica de coimbra para os caloiros... e com esse início começaram também os abusos: não só os abusos dos estudantes ao nível do álcool mas também os abusos por parte de quem vende os seus produtos aos estudantes...

Não digo que os culpados destes abusos não sejam os estudantes... mas será que são os principais culpados destes abusos? será que enquanto eles perdem uma parte da sua vida académica não existe alguém a ganhar?

Se repararmos bem este é um pequeno exemplo do que se vai passando ao longo dos anos neste país: há sempre um culpado conhecido de todos, há sempre gente que sai prejudicada com as decisões que são tomadas.... e nunca se vê ninguém a ganhar com as medidas que desfavorecem alguém... a questão que se coloca é se não existe alguém a ganhar com isto... as respostas que encontro são duas: ou não existe mesmo (o que não acredito) ou então existem mas não há interesse em se saber isso (vá se lá saber porquê)!!

termino com um assunto curioso: num país livre, onde todos podem dizer o que querem (segundo o governo e instituições governamentais), porque é que a TMUC foi censurada na sua actuação na latada? (terem passado os 15 minutos não é uma hipotese válida!)

11 de outubro de 2010

Loucura

"Louco, sim, louco, porque quiz grandeza"

Fernando Pessoa recriou o rei D. Sebastião e deu um novo sentido à sua morte... Este país precisava de perceber o que é ser louco... somos todos loucos, mas num sentido muito diferente...

Existe a loucura do dicionário: as pessoas são consideradas doidas e incapacitadas, vão para um centro de recuperação (ou então vão para cargos muito importantes) e não chegam longe na sua vida pessoal...

Existe a outra loucura, bem mais interessante porque procura o crescimento pessoal, procura viver no dia-a-dia em vez de sobreviver, procura ir mais além...

Se repararmos estamos rodeados de loucura: o pior é que não é a loucura que dá vida, mas sim a loucura do dicionário (que neste caso vai muito além do dicionário, não fica apenas dentro dele)... e assim vamos destruindo o mundo em que habitamos diariamente porque nos deixamos envolver por esta loucura que cada vez nos destroi mais e nos leva ao caminho da sobrevivência, em vez de nos levar à vida...

30 de setembro de 2010

(Sobre)viver

Que dizer de um país que passa a vida em crise? Que dizer de um país que já vive sem esperança no futuro, que já vive no pessimismo do triste fado?

Na realidade há muito a dizer sobre isto... mas a questão que se coloca é muito simples: vale a pena passar os dias a ser pessimista, a viver os dias num tom forte de critica a tudo o que nos rodeia em vez de procurarmos melhorar o que já temos? O "bota-a-baixo" é fácil (muito fácil aliás)... mas será que nos ajuda, que nos leva a algum lado?

Penso que não vamos longe assim... é difícil caminhar num terreno de areias movediças, é dificil caminhar com alguém a criticar cada passo que damos... é dificil viver uma "vida" só com criticas (negativas)...

Viver é apreciar o que nos é dado... viver é conviver com os nossos amigos... viver é gostar... viver é alegria... viver é difícil... mas não é impossível...
com esperança, alegria, coragem, e muito mais conseguimos viver...


a vida é feita de escolhas... mas acima de tudo de vida!!! Porquê sobreviver quando se pode viver?

24 de setembro de 2010

"hoje és nevoeiro"

Olho para o país que temos hoje e questiono: o que evoluiu nos últimos 100 anos?
Uns diram "evoluiram muitas coisas: a ciência, o ensino, as estradas, os meios de transporte, as construções,..."
Outros porém diram "evoluiram muitas coisas materiais, mas a realidade é que as pessoas não evoluiram muito (ou se evoluiram, não foi para melhor - ou seja, desivoluiram)"

Este é o país do poeta que já dizia que não nos faltava muito para alcançar a glória de outros tempos... só nos faltava atitude e preseverança... mas, depois de tantos anos continuamos a viver num país onde toda a corrupção subsiste, onde as amizades são muito mais importantes do que as competências e onde parece que viver é sobreviver... neste país não é a lei do mais forte que domina, mas sim a lei da amizade mais forte...

É triste olhar para o país e perceber que as relações entre as pessoas (no geral) se têm detriorado: somos mais frios, desconfiamos de mais pessoas e, muitas vezes, a pessoa em quem mais confiamos somos nós!! Se precisamos de fazer alguma coisa, temos de ser nós porque mais ninguém é capaz...

É este o grande país em que vivemos!! Espero um dia, tal como o poeta, ver este país chegar a glória de outros tempos, alcançar a posição de acordo com o seu potêncial e não com a sua pequenez de espírito!!

16 de setembro de 2010

Pessimismo

Depois de alguns dias de ausência, aqui regresso com mais um pequeno texto...

Enquanto estive fora foram variados os acontecimentos que vivemos neste país: despedimento do selecionador de futebol, caso "Casa Pia", orçamento de estado, presidenciais,....

o que retiro (de bom) de tudo isto é praticamente nulo!!!! Isto porque as maiores conclusões só podem ser negativas (que aliás é o objectivo das notícias dos jornais e está nas entranhas dos portugueses - o pessimismo)...
a primeira conclusão que acabei por retirar é que a justiça no nosso país é uma justiça com cores políticas (o que me assusta imenso, depois de saber que trabalha a uma velocidade de caracol)... mas este é um facto que não pode ser deixado passar... justiça e política têm a mesma relação que verdade e engano (são practicamente opostos) mas é possível juntá-los no mesmo saco!!! e quem sai prejudicado com isto são todos aqueles que acreditam num estado justo onde a justiça é a maior fonte de injustiças!!
a segunda conclusão que tiro é que as pesssoas com poder gostam de enganar, fazer espetáculo, ganhar (MUITO) dinheiro e acima de tudo sairem sempre por cima... não têm a humildade de aceitar os seu erros, de acreditar nos outros (porque apenas confiam únicamente em si) nem conseguem ser honestos em todas as suas atitudes...

mais conclusões se podem tirar disto, mas tanto negativismo junto não ajuda em nada... ainda existem pessoas neste país honestas e humildes, que continuam a tentar ser alguém que rema contra a corrente... se cada um de nós as ajudar, então seremos cada vez mais e algum dia iremos conseguir ultrapassar as ondas que agora nos tentam esmagar...

31 de agosto de 2010

Sonhos

Será possível sonhar? Será que vale a pena? estas são sempre boas questões que todos nós vamos colocando ao longo da nossa (curta) vida... e para as quais vamos tentando encontrar respostas nos mais diversos sítios... mas muitas vezes nos sítios errados...

na semana passada tivemos diversas respostas a estas questões mas que não foram muito enfatizadas pela comunicação social (o que não vende, não deve ser notícia ou se é notícia, dura 30 segundos no jornal da uma)...

no desporto encontramos a certeza de que sonhar é uma obrigatoriedade e de que nada é impossível... senão vejamos: o Braga, com um orçamento 8 vezes inferior ao seu adversário na champions, não só se limitou a vencer um adversário mais rico (e teoricamente melhor) mas também ensinou uma grande lição de vida a toda a gente: o valor das pessoas não existe e a maior arma de uma pessoa é a sua esperança e força de vontade...

mas o maior destaque deve ir para os atletas portugueses medalhados recentemente nos mundiais de Pozman, pois conseguiram vencer atletas mais cotados e bateram o record português de medalhas ganhas neste tipo de mundiais... todos eles acreditaram que conseguiriam ir mais longe e com a humildade necessária quase chegaram ao topo..

houve alguém que disse que a vida sem sonhos não era vida, era sobrevivência... porque insistimos nós em tentar apenas sobreviver nesta sociedade egoísta em vez de lutarmos por aquilo em que acreditamos e por tentar ir sempre mais longe?

24 de agosto de 2010

"virar o bico ao prego"

Este Verão tem sido pródigo em casos... são muitos, apelativos, chocantes... casos óptimos para manchetes de jornais, revistas cor-de-rosa, etc... mas será que são casos justificados (se é que há justificação para eles) ou será que são números ensaiados vezes e vezes sem conta até que deram certo?

A meio de Agosto o PSD decidiu lançar um ultimato a José Sócrates... no geral disse: "ou governas em condições ou sais"... isto parece não ter caído muito bem num PS que tem feito o que quer deste país ao longo de 5 anos... a questão que se devia colocar era se o ultimato do PSD tem razão de ser... em vez disso o PS tenta dramatizar a situação (outra coisa seria novidade) e tenta "virar o bico ao prego"...

"virar o bico ao prego" é uma expressão curiosa (não pela expressão mas pelo significado)... na realidade, quando somos acusados por alguém ou por algo, tentamos defender-nos... o problema é quando não há muitas hipóteses de defesa... aí enveredamos pelo caminho da injúria, da crítica, da dramatização... no fundo mascaramos o assunto e encenamos um outro assunto muito mais grave...

depois disto parece-me lógico que quase todos os casos deste Verão estão com a mesma doença... todos eles encenam e encobrem um assunto real, profundo e que devia ser resolvido muito rapidamente... mas que, porque interessa a alguém fugir à verdade, vai sendo mascarado e essa máscara é como uma bola de neve: à medida que o tempo passa vai aumentando... mas vai sempre acabar por derreter...

já os meus avós diziam "mais depressa se apanha um mentiroso do que um coxo"... mas com a evolução o Homem foi inventando novas formas de mentir, iludir, enganar... e quem sofre com isso são as pessoas honestas e inocentes que acreditam numa verdade que afinal é a mais pura das mentiras.... e nestas pessoas inclui-se grande parte da população portuguesa que teve uma educação à moda do estado novo...

mas a maior alegria que tenho é encontrar populações em que roubar, mentir, enganar são palavras que não existem no dicionário... populações que conseguem viver em comunidade, com confiança, com solidariedade,....................... são exemplos vivos para todos nós que habitamos num mundo civilizado (em que a verdade, a confiança, a esperança são vãs palavras que apenas existem nos dicionários para que não fiquem espaços em branco)!!!

17 de agosto de 2010

União

Esta semana não posso fugir ao tema incêndios... o país anda a arder à alguns (muitos) dias e não há maneira de conseguirmos por fim a isto: conseguirmos sim!, porque todos nós devemos trabalhar para evitar estas situações; e quando não se conseguem evitar, há que ajudar na batalha contra as chamas... podemos não ter grandes meios, mas pouco é mais do que nada... se ajudarmos, já fizemos uma boa parte...

Fico triste quando vejo que os comandantes não conseguem muitas vezes distribuir correctamente os meios pelo terreno... mas fico ainda mais triste quando vejo pessoas a vir criticar o trabalho dos bombeiros quando muitos deles são voluntários, não estão ali por dinheiro e apenas estão a cumprir ordens... enquanto se criticar na comunicação social vamos continuar a ver actuações por parte dos bombeiros (e de quem manda) para os media filmarem em vez de se preocuparem com as populações e com o combate ao incêndio... mas repito: isto só se evitará quando fizermos as queixas nos locais correctos e não na televisão!


Mudar as mentalidades é difícil, mas pode ser que se consiga um dia...
Nesta semana terminou a volta a Portugal... Blanco conseguiu alcançar o feito de Marco Chagas ao conquistar a sua 4ª Volta a Portugal... mas, nesta vitória, tenho a destacar duas coisas: em primeiro lugar o excelente trabalho de equipa (em que se inclui o sacrifício do Cândido Barbosa em prol do seu colega de equipa) que foi desenvolvido pela equipa do camisola amarela para que ele pudesse terminar de amarelo em Lisboa... depois realço a grande humildade que Blanco demonstrou ao longo de toda a volta: nunca disse que era superior, nunca se afirmou vencedor antes do final da última etapa e sempre agradeceu a sorte que foi tendo (estar em boa forma física, quase cair (mas não cair), etc).... espero que seja exemplo para todos os atletas do mundo: não é por vencermos muitas vezes que somos os melhores... só quando acharmos que não somos os melhores é que conseguimos chegar ao topo...

10 de agosto de 2010

Pessoas do nosso dia-a-dia...

Há uns dias comecei a pensar no tipo de pessoas que existem... e encontrei alguns tipos genéricos de pessoas...

existem aquelas pessoas do tipo "bota a baixo": aquelas pessoas que apenas sabem mal dizer, não respeitam nada nem ninguém, acham que ninguém consegue dizer ou fazer nada de jeito, tudo criticam mas nada conseguem resolver... ou seja, são aquele tipo de pessoa que "falam falam, mas não fazem nada"...

encontramos também aquelas pessoas cínicas que se gerem pelos próprios interesses: quando precisam de alguém são os melhores amigos mas depois, quando já não precisam são os primeiros a dar a facada pelas costas... ou seja, estão sempre rodeadas de pessoas mas não confiam em ninguém (é caso para dizer "com amigos destes, quem precisa de inimigos")...

temos também aquele tipo de pessoa que passa despercebido no nosso dia-a-dia... muitos dirão que de nada servem, são inúteis e desprezáveis... mas são estas pessoas que estão presentes quando caímos, quando precisamos de ajuda e ninguém nos quer ajudar... estas são aquelas pessoas que não procuram recompensas... a amizade, a alegria e a confiança já são prémios suficientes para essas pessoas...
pessoas assim são difíceis de encontrar... por isso quando as encontrarmos devemos estimá-las... e acima de tudo saber agradecer-lhes...

3 de agosto de 2010

(re)início

À muito tempo que penso em escrever... mas só agora tive algum tempo para parar e reflectir um pouco sobre alguns assuntos...

Comecemos pelas férias dos portugueses... os portugueses têm menos dinheiro este ano.. portanto não podem ir passar férias ao Algarve ou fora de Portugal... a questão que eu coloco sobre isto é muito simples: será que os portugueses conhecem a riqueza do seu próprio país ou conhecem melhor os outros países?
Por experiência própria sei que o nosso país tem locais absolutamente fantásticos e muito superiores aos melhores destinos turísticos... simplesmente não servem para o vulgar português que gosta de viver "em grande" e não "em simplicidade"....

Outro dos pontos a abordar será os incêndios florestais que têm assolado e vão assolar o país... Todos sabemos que a maioria são propositados... e sabemos que muitas vezes funcionam por interesses económicos e apenas alguns são ateados por pessoas psicologicamente debilitadas... se é impossível prever, porque não prevenir? e quando isto não funciona, porque não alertar as autoridades competentes?
Muitas das vezes pensamos "alguém já deve ter alertado... não vale a pena ligar..." e estes pensamentos podem ser a diferença entre uma fogueira e um incêndio de grandes proporções... Vamos mudar as mentalidades em tudo o que fazemos: vamos começar a trabalhar um pouco em vez de pensar que só os outros o devem fazer... vamos começar a ser autónomos e a valorizar-nos...

Termino com uma mensagem positiva: nos dias 24 e 25 de Julho decorreu o festival Jota (em Paredes de Coura)... apesar da decepcionante cobertura ao evento, foi um evento que animou quem por lá passou e mostrou que no catolicismo existe liberdade para tudo, sempre que se respeite o outro (definição de liberdade)... Neste festival pude conhecer novas realidades e novas pessoas, que me ajudaram a crescer e me mostraram que ser católico continua a ser muito bom para criar um mundo melhor...

"não devemos ter medo de afirmar a nossa fé... ela deve ser respeitada, tal como nós respeitamos a fé das outras pessoas"

29 de janeiro de 2010

Porquê?

Começo por analisar os dados do pequeno inquérito que coloquei on-line. A maioria das pessoas considerou que foi dada a devida importância ao assunto "Haiti". Como disse na semana passada só discordo porque se faz notícia com o Haiti e não se faz notícia com outros países que também vivem crises, alguns deles bem piores do que a do Haiti.
Mas a mim parece-me que o Haiti foi uma crise que veio no tempo certo para o governo... senão vejamos: logo depois da aprovação da lei dos casamentos homossexuais, surge a crise no Haiti nas notícias e o casamento fica para o lado (um assunto que ia mexer e muito com a sociedade). Eu coloco apenas algumas questões sobre este tema: porque chamar-lhe casamento? o que é um casamento? qual a opinião dos portugueses?
Termino destacando um aspecto muito positivo e que ninguém pareceu interessado em saber: Portugal é finalista do campeonato Europeu de Futsal. Depois de um empate decepcionante e de uma derrota às mãos da Espanha e dos árbitos, parece que finalmente os nossos jogadores perceberam como devem jogar. Têm tido uma atitude notável e acima de tudo têm representado a nossa pátria com todas as suas forças. A todos eles um grande obrigado pelo grande exemplo que estão a dar nestes últimos momentos.

"se pensarmos que algo é impossível, não fazemos o que é possível... mas se pensarmos que tudo é possível, damos por nós a fazer os impossíveis..."

22 de janeiro de 2010

Ir mais longe...

Começar um texto sobre esta semana sem falar do Haiti seria no mínimo estranho. Não vou portanto fugir à regra, mas vou ver esta "crise" de um outro ponto de vista.

Neste momento o Haiti atravessa uma grave crise. A questão que se coloca é se o sismo é a razão da crise ou se é uma "amplificação" da crise em que vivia o país: se metade da população vivia com menos de 2 dólares por dia, eu diria que a crise não pode ter apenas como causa o sismo. O sismo apenas colocou a crise deste país em todo o mundo durante alguns dias. Mas então porque se fala em ajudar o Haiti e não se fala em ajudar o resto dos países pobres onde se vivem guerras inúteis, problemas muito graves e onde morrem diariamente milhares de inocentes? Porque será que ninguém se lembra deles?


Nesta semana terminou o Dakar. Com muitas surpresas portuguesas: os "privados" portugueses (com muito poucas condições) superaram grande parte da concorrência (muitos de equipas oficiais). Qual foi a receita? Simples, muito simples: força de vontade e paciência. E assim, contra todas as expectativas alcançaram lugares como o 4º ou o 6º. Será que na nossa vida, às vezes, não desistimos sem arriscar?

Destaco ainda o comportamento do Rúben Faria neste Dakar: ele perdeu 3h para o vencedor por dar uma das rodas que necessitava ao vencedor, para que este pudesse vencer o Dakar. Às vezes, ganhar no final não é o mais importante... pensemos nisto...

15 de janeiro de 2010

"Sozinhos chegamos rápido............ juntos chegamos longe..."

Todos os caminhos têm um início. Mas será que têm um fim? Essa é uma questão em que pensamos vezes e vezes sem conta: alcançar o final do caminho. Mas de que vale chegar ao final cansado e sem nada de novo?

Sempre que nos fazemos à estrada, numa deslocação habitual, temos um destino final. Mas quando se trata de CAMINHAR, tudo muda. Cada objectivo a que nos propomos tem mais do que um caminho possível. E é aí que começa a complicar: “que caminho escolher?” “ Qual deles é melhor?” “Qual o mais fácil?” Esta última questão é
fatal muitas vezes: pesa muito para muitos quando na realidade de nada vale: a facilidade inicial acaba por nos levar por trilhos complexos e obscuros. E esta é uma tentação banal que nos leva à política do facilitismo: “se é fácil vou, se não é não vou!” E assim se perde grande parte da vida que podemos ter: sem arriscar, sem se dar ao trabalho de lutar, sem nada fazer….

Porém podíamos também colocar outras questões: “Qual o caminho que nos leva à auto-realização?”, “Qual o caminho que nos faz crescer, que nos leva mais longe”… estas e outras questões tão simples e muito importantes são muitas vezes omitidas do nosso pensamento. Porquê? Simplesmente porque não vivemos num mundo livre: temos liberdade de expressão enquanto não nos tornamos incómodos, ou seja, enquanto nos mantemos nos parâmetros da sociedade. E quando queremos ir mais longe, lutar e crescer somos aprisionados na sociedade egoísta em que vivemos. Ser diferente não é aceitável: é intolerável por muitas pessoas. Mas se todos somos diferentes, porque temos de agir e pensar da mesma maneira? Porque temos todos de seguir os mesmos trilhos que os outros seguem sem questionar sequer?


Está na altura de dizer basta! Está na altura de perceber que ser diferente é viver. A diferença permite o crescimento. Os erros permitem a aprendizagem. Os riscos a auto-realização. A igualdade permite sobreviver: ser um “cadáver adiado que procria”. Ninguém é um ser perfeito nem tem de o ser. Enquanto for cultivada a mensagem de caminhar sozinho, então poder-se-á ver sempre todos os defeitos de alguém. Mas se nos juntarmos e formos caminhando juntos, podemos ir mais longe, onde os defeitos de uns numa parte do caminho são qualidades noutra e onde as qualidades de uns ajudam os outros a superar as suas fragilidades. “Sozinhos chegamos rápido, juntos chegamos longe…” Resta saber se queremos chegar depressa e vazios de sentido ou se queremos ir mais longe ao mesmo tempo que nos preenchemos.