29 de janeiro de 2010

Porquê?

Começo por analisar os dados do pequeno inquérito que coloquei on-line. A maioria das pessoas considerou que foi dada a devida importância ao assunto "Haiti". Como disse na semana passada só discordo porque se faz notícia com o Haiti e não se faz notícia com outros países que também vivem crises, alguns deles bem piores do que a do Haiti.
Mas a mim parece-me que o Haiti foi uma crise que veio no tempo certo para o governo... senão vejamos: logo depois da aprovação da lei dos casamentos homossexuais, surge a crise no Haiti nas notícias e o casamento fica para o lado (um assunto que ia mexer e muito com a sociedade). Eu coloco apenas algumas questões sobre este tema: porque chamar-lhe casamento? o que é um casamento? qual a opinião dos portugueses?
Termino destacando um aspecto muito positivo e que ninguém pareceu interessado em saber: Portugal é finalista do campeonato Europeu de Futsal. Depois de um empate decepcionante e de uma derrota às mãos da Espanha e dos árbitos, parece que finalmente os nossos jogadores perceberam como devem jogar. Têm tido uma atitude notável e acima de tudo têm representado a nossa pátria com todas as suas forças. A todos eles um grande obrigado pelo grande exemplo que estão a dar nestes últimos momentos.

"se pensarmos que algo é impossível, não fazemos o que é possível... mas se pensarmos que tudo é possível, damos por nós a fazer os impossíveis..."

22 de janeiro de 2010

Ir mais longe...

Começar um texto sobre esta semana sem falar do Haiti seria no mínimo estranho. Não vou portanto fugir à regra, mas vou ver esta "crise" de um outro ponto de vista.

Neste momento o Haiti atravessa uma grave crise. A questão que se coloca é se o sismo é a razão da crise ou se é uma "amplificação" da crise em que vivia o país: se metade da população vivia com menos de 2 dólares por dia, eu diria que a crise não pode ter apenas como causa o sismo. O sismo apenas colocou a crise deste país em todo o mundo durante alguns dias. Mas então porque se fala em ajudar o Haiti e não se fala em ajudar o resto dos países pobres onde se vivem guerras inúteis, problemas muito graves e onde morrem diariamente milhares de inocentes? Porque será que ninguém se lembra deles?


Nesta semana terminou o Dakar. Com muitas surpresas portuguesas: os "privados" portugueses (com muito poucas condições) superaram grande parte da concorrência (muitos de equipas oficiais). Qual foi a receita? Simples, muito simples: força de vontade e paciência. E assim, contra todas as expectativas alcançaram lugares como o 4º ou o 6º. Será que na nossa vida, às vezes, não desistimos sem arriscar?

Destaco ainda o comportamento do Rúben Faria neste Dakar: ele perdeu 3h para o vencedor por dar uma das rodas que necessitava ao vencedor, para que este pudesse vencer o Dakar. Às vezes, ganhar no final não é o mais importante... pensemos nisto...

15 de janeiro de 2010

"Sozinhos chegamos rápido............ juntos chegamos longe..."

Todos os caminhos têm um início. Mas será que têm um fim? Essa é uma questão em que pensamos vezes e vezes sem conta: alcançar o final do caminho. Mas de que vale chegar ao final cansado e sem nada de novo?

Sempre que nos fazemos à estrada, numa deslocação habitual, temos um destino final. Mas quando se trata de CAMINHAR, tudo muda. Cada objectivo a que nos propomos tem mais do que um caminho possível. E é aí que começa a complicar: “que caminho escolher?” “ Qual deles é melhor?” “Qual o mais fácil?” Esta última questão é
fatal muitas vezes: pesa muito para muitos quando na realidade de nada vale: a facilidade inicial acaba por nos levar por trilhos complexos e obscuros. E esta é uma tentação banal que nos leva à política do facilitismo: “se é fácil vou, se não é não vou!” E assim se perde grande parte da vida que podemos ter: sem arriscar, sem se dar ao trabalho de lutar, sem nada fazer….

Porém podíamos também colocar outras questões: “Qual o caminho que nos leva à auto-realização?”, “Qual o caminho que nos faz crescer, que nos leva mais longe”… estas e outras questões tão simples e muito importantes são muitas vezes omitidas do nosso pensamento. Porquê? Simplesmente porque não vivemos num mundo livre: temos liberdade de expressão enquanto não nos tornamos incómodos, ou seja, enquanto nos mantemos nos parâmetros da sociedade. E quando queremos ir mais longe, lutar e crescer somos aprisionados na sociedade egoísta em que vivemos. Ser diferente não é aceitável: é intolerável por muitas pessoas. Mas se todos somos diferentes, porque temos de agir e pensar da mesma maneira? Porque temos todos de seguir os mesmos trilhos que os outros seguem sem questionar sequer?


Está na altura de dizer basta! Está na altura de perceber que ser diferente é viver. A diferença permite o crescimento. Os erros permitem a aprendizagem. Os riscos a auto-realização. A igualdade permite sobreviver: ser um “cadáver adiado que procria”. Ninguém é um ser perfeito nem tem de o ser. Enquanto for cultivada a mensagem de caminhar sozinho, então poder-se-á ver sempre todos os defeitos de alguém. Mas se nos juntarmos e formos caminhando juntos, podemos ir mais longe, onde os defeitos de uns numa parte do caminho são qualidades noutra e onde as qualidades de uns ajudam os outros a superar as suas fragilidades. “Sozinhos chegamos rápido, juntos chegamos longe…” Resta saber se queremos chegar depressa e vazios de sentido ou se queremos ir mais longe ao mesmo tempo que nos preenchemos.