27 de fevereiro de 2012

Nova Solidariedade

Por vezes temos necessidade de fugir do mundo em que vivemos para nos reencontrarmos... e isso implica por vezes abdicar de coisas que julgamos serem essenciais para nós mas que, através de um olhar mais profundo e atento percebemos serem exigências de um mundo cada vez mais convertido à economia e cada vez menos convertido às pessoas...

e por isso parti uma semana rumo à simples e especial aldeia de Taizé, onde ia à procura de fugir deste mundo cruel e de me encontrar de me perceber a mim e às minhas grandes mudanças... sabia para o que ia mas como sempre acabei surpreendido pela comunidade que me acolheu e acabei por não concretizar os meus projectos iniciais... e hoje posso agradecer isso: sem essa falha no meu projecto inicial a minha ida a Taizé não teria o mesmo valor...

não sei dizer tudo aquilo que trago comigo: seria mais fácil dizer tudo aquilo que entreguei do que tudo aquilo que recebi... dizer que recebi imensos abraços, sorrisos, toques, olhares, ensinamentos seria pouco, muito pouco para descrever tudo aquilo que recebi... a vida partilhada acaba por nos mostrar como podemos ser imensamente ricos sem ter dinheiro...

de Taizé trago um abraço de despedida de alguém que conheci no último dia: tive vontade de chorar, mas não consegui porque um homem nunca chora e nunca fui capaz de expressar os meus sentimentos assim... mas chorei por dentro por ver no outro alguém tão rico que a vida tanto fustigou e parece castigar... e sendo o tema dos próximos três anos naquela comunidade, questiono-me o quanto deixamos por fazer e de ser solidários ao pé de casa para ser solidários longe de casa...

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